quinta-feira, 30 de abril de 2009

Aqui tão perto

"Sentes que o tempo acabou
Primavera de flor adormecida
Qualquer coisa que não volta, que voou
Que foi um rio, um mar, na tua vida.


(...)


Sabes que o desenho do adeus
É fogo que nos queima devagar
E no lento cerrar dos olhos teus
Fica a esperança de um dia aqui voltar"


terça-feira, 28 de abril de 2009

Auto de Fé

"Eu sei que foi assim que te ensinaram a viver,
Mas não me venhas dizer que é assim que eu tenho que fazer
Mostras um sorriso quando sentes tanta dor
Dizes que está tudo bem, eu noto um tremor
Nesses olhos mais expressivos do que mil frases
vejo frustração em tudo aquilo que tu fazes
Vives em função da opinião de alguém
que provavelmente nem conheces muito bem

Essa moral que não praticas mas edificas,
há-de fazer contas contigo pelas vidas que complicas
Pára para pensar no verdadeiro crime,
quando matas à nascença um sentimento tão sublime
Como a semente da paixão que tanto negas
se não praticas o que pregas, de que valem essas regras?"

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Vi(r)agem

Estação dos momentos que existem e ninguém explicou porquê.
Bilhete para a viagem que não se pediu para fazer.
Comboio de palavras que levam o que não se quis saber.
Sentimentos que descarrilam e se cruzam adiante na confusão dos caminhos onde me perco todos os dias.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Envelope sem selo

Pai, hoje esteve sol e eu senti-me frio.
Ontem não vi o sol mas senti-me quente.
Lembras-te quando nevou? Fui brincar e derreti neve nas mãos.
Assustei-me e não disse a ninguém.
Queria explicar tudo, mas perdi a lógica. E a lógica perdeu-me a mim.
Vou entregar a carta no correio e não vou pôr a morada, como tu me pediste.
Acreditas mesmo que a carta te vai chegar?
Eu vou esperar pela tua resposta. Também quero acreditar no mesmo que tu.
Que não precisamos de saber o porquê de tudo o que fazemos,não é Pai?
Que mesmo sem dar destino às coisas elas acabam por chegar. Ao destino.
Não é Pai?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Para quando puderes

Há coisas que por vezes não vemos, coisas que por vezes não sentimos, coisas que por vezes não gostamos e outras que não nos dizem nada. Num dia é assim.
Só porque sim, em outro qualquer dia acordamos e conseguimos ver o que antes não víamos, sentir o que antes não sentíamos e gostar do que antes não gostávamos. A mesma coisa, no mesmo sítio, mostra-nos tudo o que antes não mostrava. Em silêncio, sem fazer por isso, sem pedir nem dizer "olha para mim". Se calhar contra vontade própria, passa a ser notada e apreciada. Há quem diga que é do estado de espírito. Alguém levou o estado do meu.

Hoje ouvi algo que já não ouvia há muito e que provavelmente nunca me fez sentido. Hoje, só porque sim, entrou-me pelos ouvidos e foi dizer um "olá" ao meu cérebro que aceitou a simpatia e me fez gostar do que ainda ontem não existia.

A mensagem é simples...

"No fim acabas só tu, como no começo.
Enfim, pisas o chão, dás mais um ou outro passo.
Olhas o céu, como outros olham o teu.
O mesmo.
Porque é que fingem que nada aconteceu?"
Mind da Gap - Atitude Construtiva

...para quem hoje esteve a olhar o mesmo céu que eu.